Dados do Trabalho


Título

Avanços no Diagnóstico de Esclerose Múltipla: A integração da neurite óptica nos critérios atualizados de McDonald e suas implicações para a prática radiológica

Introdução e objetivo(s)

A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória, desmielinizante e neurodegenerativa do sistema nervoso central (SNC). Os critérios de McDonald de 2017 definem o diagnóstico da EM baseando-se em critérios clínico-laboratoriais e radiológicos, este embasado na disseminação de lesões no tempo e no espaço, sendo quatro as localizações anatômicas típicas (periventricular, justacortical, infratentorial e medular). A neurite óptica (NO) consiste em frequente manifestação inicial na EM e ocorre na maior parte dos casos. Estudos recentes sugerem que a inclusão do nervo óptico nos critérios diagnósticos como quinta localização para a caracterização de disseminação no espaço (DIS) pode aumentar a sensibilidade sem comprometer a especificidade. O objetivo deste ensaio pictórico é discutir as evidências que embasam a proposta de revisão dos critérios diagnósticos da EM, com ênfase na adição do nervo óptico como quinta localização anatômica.

Método(s)

Foram analisadas imagens de ressonância magnética (RM) de pacientes com NO e EM, correlacionadas aos achados clínicos e laboratoriais. A revisão incluiu critérios diagnósticos atuais (2017) e estudos recentes que avaliam a incorporação do nervo óptico na DIS. Foram comparados os critérios de McDonald de 2017 com os novos critérios propostos, considerando o impacto na acurácia diagnóstica.

Discussão

Os critérios de McDonald de 2017 representaram avanço no diagnóstico da EM. Estudos demonstraram que a inclusão do nervo óptico como quinta localização nos critérios de DIS pode melhorar a sensibilidade e permite identificar pacientes mais precocemente. Pacientes com NO de curto segmento e clínica desmielinizante atualmente são classificados como síndrome clínica isolada (CIS) de baixo risco. Caso consolidada a inclusão do nervo óptico, estes pacientes poderão ser incluídos no grupo de CIS de alto risco. Além disso, também se sugere que a presença das cinco localizações em um mesmo exame seria suficiente para o diagnóstico de EM, mesmo na ausência de disseminação no tempo, quando diante de quadro clínico compatível e ausência de melhores explicações.

Conclusões

A inclusão do nervo óptico como a quinta localização anatômica nos critérios diagnósticos da EM representa um avanço significativo. Essa revisão dos critérios pode reduzir o tempo de diagnóstico, beneficiando pacientes com neurite óptica como primeira manifestação da esclerose múltipla.

Palavras Chave

Esclerose múltipla; Neurite Óptica; Diagnóstico

Arquivos

Área

Neurorradiologia

Instituições

Beneficência Portuguesa de São Paulo - São Paulo - Brasil, Diagnósticos da América (DASA) - São Paulo - Brasil, Grupo Fleury - São Paulo - Brasil, Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

HENRIQUE ELIAS SCALET, MAURÍCIO JOSÉ CARDOSO PEDREIRA, NARRIMAN PATÚ HAZIME, LETÍCIA VICTORAZZO LOUZADA, MANOEL HENRIQUE FONSECA BARBOSA, GABRIEL GUILHERME NUNES POZZER, ISIS FARIA PRADO, BEATRIZ HELENA MAIA TOURÃO, ANGELO CHELOTTI DUARTE, FELIPE TORRES PACHECO, LÁZARO LUIS FARIA AMARAL, RENATO HOFFMAN NUNES, THIAGO LUIZ PEREIRA DONOSO SCOPPETTA, ANTÔNIO JOSÉ DA ROCHA, ANTÔNIO CARLOS MARTINS MAIA JÚNIOR