Dados do Trabalho


Título

Lesões císticas pancreáticas: Novos rumos e atualizações nos critérios de Kyoto

Introdução e objetivo(s)

As lesões císticas pancreáticas são achados frequentes nos exames de imagem abdominais e o uso crescente de métodos axiais diagnósticos tem levado a um aumento na sua detecção incidental. Dentre essas entidades clínicas, as neoplasias císticas mucinosas (MCN) e as neoplasias papilíferas intraductais produtoras de mucina (IPMN) estão entre as mais identificadas incidentalmente e podem variar de baixo até alto risco de malignização. Para auxiliar nessa diferenciação e manejo, foram criados guidelines ao longo do tempo, incluindo os recentemente revisados critérios de Kyoto. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é abordar e ilustrar as principais atualizações do novo guideline de Kyoto.

Método(s)

Foram selecionadas imagens de lesões císticas pancreáticas do acervo de um hospital universitário e realizada uma breve revisão da literatura sobre o tema.

Discussão

As lesões císticas pancreáticas se estendem desde entidades típicamente benignas (pseudocistos, cistos linfáticos), potencialmente malignas (MCN, IPMN) até definitivamente malignas (tumor neuroendocrino pancreático, adenocarcinoma ductal). Dentre as mais comuns, os IPMN e as MCN apresentam o desafio de se estabelecer o risco de malignização.
Para auxiliar no manejo dessas lesões, foram criados consensos internacionais baseados em evidências, sendo o mais recente deles realizado em Kyoto, revisitando os critérios de Fukuoka de 2017.
O novo guideline mantém a classificação dos IPMN em características radiológicas e patológicas nos que foram submetidos a ressecção cirúrgica. Dentre os aspectos patológicos estão o grau de displasia, o subtipo morfológico, alterações genéticas e o estadiamento do componente invasivo.
A investigação diagnóstica dos IPMN se baseia em exame clínico e radiológico com métodos axiais ou ultrassonografia endoscópica, marcadores séricos e intracísticos. Os achados são classificados em “Estigmas de Alto Risco” e “Sinais Preocupantes”. Com a avaliação destes fatores, é possível determinar um algoritmo de manejo entre indicação cirúrgica e vigilância das lesões não operadas.

Conclusões

As lesões císticas pancreáticas permanecem sendo um desafio diagnóstico e terapêutico para radiologistas e médicos assistentes, tendo em vista seu potencial de malignização e seu espectro amplo de apresentação clínica. Nesse sentido, os critérios de Kyoto dão subsídio e trazem segurança na estratificação de risco e manejo desses casos, sendo conhecimento necessário para a prática do médico radiologista.

Palavras Chave

lesões pancreaticas; kyoto; IPMN

Arquivos

Área

Abdominal/ Trato Digestório

Instituições

USP Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Autores

MARIA TAMYRES DE CARVALHO FREITAS, FRANCISCO JOSÉ DE QUEIROZ THOMÉ, MATHEUS MENDONÇA VIEIRA CIPRIANO, MATHEUS MARTINS DE ANDRADE, DAVID FREIRE MAIA VIEIRA, CECÍLIA VIDAL DE SOUZA TORRES, ANDRÉ DE FREITAS SECAF , GABRIEL DE LION GOUVEA, VALDAIR FRANCISCO MUGLIA, JORGE ELIAS JÚNIOR