Dados do Trabalho


Título

Carcinoma Hepatocelular Infiltrativo: O Gigante Oculto

Introdução e objetivo(s)

A forma infiltrativa do carcinoma hepatocelular (CHC) é caracterizada pela disseminação difusa de pequenos nódulos tumorais que comprometem grandes áreas do fígado, sem a formação de massa. O diagnóstico radiológico do CHC infiltrativo é desafiador, pois não forma massa e frequentemente não apresenta o padrão vascular típico do CHC, o que pode gerar dúvidas, inclusive na aplicação dos critérios do LI-RADS. Além disso, seus achados de imagem podem ser mascarados por alterações da própria cirrose.
Neste contexto, propomos uma revisão fundamentada em casos didáticos de CHC infiltrativo, abordando aspectos como detecção, extensão da doença, invasão vascular e diagnósticos diferenciais.

Método(s)

Este ensaio pictórico baseia-se em casos da instituição, com utilização de tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM).

Discussão

O CHC infiltrativo apresenta desafios diagnósticos pela sua apresentação difusa sem formação de massa e pelo fato de muitas vezes não apresentar hiperrealce arterial. Nesse contexto, o reconhecimento do seu padrão de imagem, bem como de alterações associadas, como a trombose tumoral, pode auxiliar no diagnóstico. No entanto, a tomografia pode não ser suficiente para o diagnóstico, sendo necessária complementação com RM, que pode trazer informações relevantes nas sequências de difusão e ponderadas em T2. Além disso, o contraste hepatoespecífico pode, em alguns casos, auxiliar na diferenciação de uma área de fibrose de uma lesão infiltrativa.
Diagnósticos diferenciais incluem metástases, fibrose confluente, microabscessos hepáticos, colangiocarcinoma intra-hepático e pseudocirrose, exigindo do radiologista atenção aos padrões de disseminação tumoral e a presença de trombose tumoral da veia porta. A dosagem de alfafetoproteína também pode estreitar o diferencial.
O prognóstico é desfavorável, com contraindicação para ressecção e transplante devido à grande extensão e invasão vascular. O diagnóstico assertivo por imagem é essencial para evitar biópsias desnecessárias e direcionar o manejo adequado.

Conclusões

O CHC infiltrativo é uma forma agressiva cujo diagnóstico pode ser desafiador ao radiologista. O reconhecimento do seu padrão de imagem na tomografia e ressonância magnética é crucial para o diagnóstico correto a fim de evitar procedimentos invasivos desnecessários e direcionar o tratamento adequado.

Palavras Chave

Fígado; ressonância magnética (RM); Tomografia computadorizada

Arquivos

Área

Abdominal/ Trato Digestório

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil

Autores

MARGRIT ELIS MULLER, RONALDO HUEB BARONI, THAIS CALDARA MUSSI DE ANDRADE GOBBO, CASSIA FRANCO TRIDENTE, THIAGO MENEZES BARAVIERA