Dados do Trabalho


Título

Achados em Ressonância Magnética Fetal no Diagnóstico de Lesões Encefálicas em Infecções Congênitas

Introdução e objetivo(s)

As infecções congênitas representadas pelo acrônimo STORCHZ (Sífilis, Toxoplasmose, Outras (Varicela, Parvovírus B19), Rubéola, Citomegalovírus (CMV), Herpes simples e Zika vírus) são causadoras de sequelas neurológicas e sistêmicas graves. O objetivo deste estudo foi apresentar os principais achados encefálicos na ressonância magnética fetal (RMF), evidenciando os efeitos da Toxoplasmose, do CMV e do Zika vírus no desenvolvimento cerebral.

Método(s)

Estudo pictórico com exames de RMF realizados entre 25 e 35 semanas de gestação, que apresentaram alterações nos exames ultrassonográficos, posteriormente confirmados por sorologia, focando nos impactos das infecções congênitas no desenvolvimento cerebral.

Discussão

A embriologia do sistema nervoso central (SNC) é dividida nas seguintes etapas: neurulação primária; indução ventral; proliferação, diferenciação e migração de células de linhagem neural; organização neuronal e mielinização cerebral. O período embrionário ou fetal em que ocorre a infecção resultará em diferentes danos ao encéfalo, dado que, em cada período, o SNC apresenta marcos embriológicos importantes que podem ter seu desenvolvimento interrompido e/ ou acarretar em danos a estruturas previamente formadas. A RMF é um excelente método para a avaliação da arquitetura cerebral, do desenvolvimento cortical, da sulcação, do tronco cerebral e do cerebelo, evidenciando os achados encefaloclásticos e malformativos que alguns destes agentes podem acarretar. A toxoplasmose gera inflamação periventricular e periaqueductal, causando necrose tecidual, hidrocefalia e calcificações difusas no parênquima cerebral. No caso do CMV o vírus atinge o plexo coroide resultando em defeitos de migração neuronal, trombose e isquemia cerebral, com calcificações periventriculares e nos núcleos da base, além de hipoplasia cerebelar e cistos. O Zika vírus causa meningoencefalite, levando a defeitos na proliferação e migração neuronal, resultando em microcefalia, ventriculomegalia, redução do tronco cerebral, cistos periventriculares e hipoplasia do vérmis cerebelar, além de calcificações difusas.

Conclusões

A ressonância magnética tem se consolidado como excelente método de imagem complementar para caracterizar lesões decorrentes dessas infecções, devido ao seu alto grau de resolução da imagem e a possibilidade de avaliação simultânea de ambos os hemisférios cerebrais.

Palavras Chave

RM fetal; Infecção; Congênita

Arquivos

Área

Medicina Fetal

Instituições

Faculdade de Medicina de Rio Preto - FAMERP - São Paulo - Brasil

Autores

GABRIEL DIAS MONTEIRO, LUIZ ANTONIO RODRIGUES DOS SANTOS, VITOR BRUMATO FACHINI, FERNANDA DEL CAMPO BRAOJOS BRAGA, ANTONIO SOARES DE SOUZA