Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: Linfoma Difuso de Grandes Células B com disseminação intraventricular

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

O relato de caso objetiva em demonstrar os principais achados do linfoma com disseminação intraventricular pelos métodos de imagem e o papel da radiologia no manejo do paciente

História clínica

Paciente, 78 anos, apresentou queixas de tontura há duas semanas. O exame neurológico não revelou anormalidades, e o líquor indicou baixa celularidade, aumento de proteínas e predomínio de linfócitos. A tomografia evidenciou pequeno hematoma intraparenquimatoso na região nucleocapsular direita, com efeito de massa e apagamento de cisternas e sulcos corticais. A ressonância magnética mostrou formações expansivas com hipossinal em T2, com restrição à difusão e impregnação intensa pelo gadolínio nos ventrículos laterais e III ventrículo. Observou-se sinais de permeação liquórica transependimária. A biópsia confirmou Linfoma Difuso de Grandes Células B, com imunofenótipo não centro germinativo e dupla expressão de c-Myc e BCL2.

Discussão e diagnóstico

Linfoma Difuso de Grandes Células B (LDGCB) é um dos principais Linfoma Primário do Sistema Nervoso, que geralmente se apresenta como uma lesão delimitada, unifocal ou multifocal. Ocorre em pacientes imunocompetentes e é de etiologia desconhecida. Sua localização é supratentorial, com afinidade pelos gânglios da base, regiões periventriculares.
Pode ter realce leptomeníngeo ou subependimário associado e lesões parenquimatosas sólidas e homogêneas são frequentes, mas as disseminações intraventriculares são raras e geralmente achados solitários. O efeito de massa tende a ser leve a moderado, apesar edema significativo ocasional ao redor.
Na ressonância, o LDGCB é hipointenso no T2WI com restrição de difusão acentuada, hipointensa no ADC e com realce ao contraste. Essas características ocorrem pela hipercelularidade do tumor e sua alta nuclearidade proporção citoplasmática.
O tumor pode ser referido como "tumor fantasma", porque a administração de corticoide causa o desaparecimento das lesões ou perder o realce de contraste, por isso, a suspeita levantada na tomografia deve contraindicar o uso dessa medicação.
O radiologista pode sugerir a realização um biópsia ou obtenção de líquor para um diagnóstico histológico e evitar tentativas de ressecção, que não desempenha papel terapêutico e pode piorar os déficits neurológicos.

Conclusões

O LDGCB é raro e a suspeição precoce pelos exames de imagem podem auxiliar no manejo do paciente, a fim do diagnóstico ser realizado com rapidez e precisão.

Palavras Chave

Massa intraventricular; Linfoma difuso de grandes células B; Linfoma primário do SNC

Arquivos

Área

Neurorradiologia

Instituições

Hospital Leforte - São Paulo - Brasil

Autores

LISA MAKI UMEDA, CAROLINA MARIA LEAL ROSAS, ARIEL TEIXEIRA RIBEIRO, LUCAS BAUER PASQUALINI, LUCAS COSTA CARVALHO AUGUSTO, ISABELA MUNIZ DE FREITAS, THAIS MAYOR SIMONATTO, THAMY ALENCAR MENDES DE CARVALHO, STEPHANIE ALBA HERRERA, VIRGILIO DE ARAUJO OLIVEIRA, NICOLI TAMIE YOSHIMI, PEDRO SERGIO BRITO PANIZZA