Dados do Trabalho


Título

Nem tudo é o que parece: lesões benignas que podem simular um câncer pulmonar

Introdução e objetivo(s)

Pela alta letalidade do câncer pulmonar (CP), a presença de uma lesão torácica (LT) gera ansiedade e preocupações para pacientes e seus respectivos médicos. Em alguns casos, os sintomas clínicos, os exames laboratoriais e de imagem não são suficientes para se obter um diagnóstico. A biópsia percutânea guiada por tomografia computadorizada (BPTC) representa uma ferramenta segura e com boa acurácia para o diagnóstico histopatológico de LTs, sejam elas da parede, dos pulmões, das cavidades pleurais ou do mediastino.
O objetivo deste trabalho é ilustrar diagnósticos benignos de casos nos quais a investigação clínica não foi suficiente para um diagnóstico acurado e que foram submetidos a BPTC.

Método(s)

Avaliamos de forma retrospectiva os dados de prontuário eletrônico e os exames de imagens de 522 pacientes consecutivos, submetidos a biópsia percutânea de lesões torácicas entre janeiro/2013 a dezembro/2023. Com base nos pacientes que tiveram um resultado anatomopatológico benigno, separando imagens de exames de casos ilustrativos.

Discussão

Das biópsias realizadas no período, 24% tiveram um resultado histopatológico benigno (126/522). Os achados de imagem que motivaram as biópsias percutâneas foram nódulos pulmonares, opacidades esboçando massas e massas pulmonares. As principais indicações para as biópsias foram a suspeita de CP e casos nos quais os pacientes possuíam diagnóstico de alguma neoplasia maligna de outro sítio e estavam investigando LTs que poderiam representar progressão da doença oncológica, um segundo câncer primário ou processos inflamatórios/infecciosos.

Os principais resultados benignos obtidos foram: abscesso, atelectasia redonda, aspergilose, histoplasmose, criptococose, paracoccidioidomicose, tuberculose, tricosporonose, pneumonia lipoídica, sarcoidose, leiomioma, tumor fibroso solitário, doença relacionada a IGG4, neoplasia benigna da bainha do nervo periférico, pseudotumor miofibroblástico inflamatório e pneumonia organizante.

Conclusões

Apesar de muitos achados de imagem serem sugestivos de neoplasia maligna, cabe ao radiologista esgotar os diferentes métodos de imagem a fim de evitar a biópsia de lesões que poderiam ser diagnosticados de uma forma menos invasiva, reduzindo o risco de potenciais morbidades do procedimento para o paciente.
Estar familiarizado com diagnósticos mais incomuns e com as apresentações atípicas de lesões inflamatórias que simulam malignidade permite ao radiologista ampliar seu diagnóstico diferencial e assim auxiliar na condução de pacientes com LTs.

Palavras Chave

Tórax; biópsia

Arquivos

Área

Tórax

Instituições

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP - São Paulo - Brasil

Autores

LUANN SANTOS ANDRADE, NATASHA MANZOLI ELIAS, ALEXANDRE MONTEIRO GARCIA , PAULO HENRIQUE TAKANASHI MURAKAWA , GABRIEL DE LION GOUVEA, JULIO CESAR NATHER JUNIOR , ANDRÉ BENEZ VIEIRA DA COSTA , DANILO TADAO WADA