Dados do Trabalho
Título
TROMBOSE DE VEIA OVARIANA: RARA E POTENCIALMENTE GRAVE COMPLICAÇÃO PUERPERAL
Descrição sucinta do(s) objetivo(s)
Discutir um caso de trombose de veia ovariana (TVO) direita com extensão para veia cava inferior em paciente puérpera, com o objetivo de chamar a atenção dos radiologistas para essa emergência pós-parto.
História clínica
Puérpera de 28 anos foi submetida a cirurgia de laqueadura tubária, sendo observado durante o procedimento uma congestão vascular importante dos vasos gonadais à direita. Após a cirurgia, a paciente foi encaminhada para a realização de uma angiotomografia computadorizada (AngioTC) de abdome, na qual foi evidenciada dilatação, tortuosidade da veia ovariana direita, com 2,7 cm de diâmetro no seu segmento proximal, a qual apresentava conteúdo espontaneamente hiperatenuante, não opacificada pelo meio de contraste em toda sua extensão, sugerindo trombo que se estendia além da sua desembocadura na veia cava inferior, associando a densificação dos planos adiposos circunjacentes. Com esses sinais de trombose aguda, o médico assistente foi contatado para prosseguir com as condutas adequadas.
Discussão e diagnóstico
A TVO é uma condição rara, que ocorre mais comumente no puerpério, também podendo estar associada a outros processos que gerem hipercoagulabilidade, como neoplasias. A clínica geralmente é uma dor inespecífica, tendo a radiologia um papel essencial para o diagnóstico precoce. A AngioTC é a modalidade mais utilizada, sendo possível observar, geralmente, a falha de enchimento luminal na veia trombosada, e analisar a extensão do trombo. Também pode ocorrer ectasia e realce da parede da veia, porém são achados mais frequentes em etiologias malignas de trombose. Ainda, a reconstrução multiplanar da angioTC pode auxiliar na distinção entre os vasos e outras estruturas tubulares, como os ureteres ou uma alça intestinal. As complicações mais comuns são extensão para veia cava inferior ou veias renais, embolia pulmonar e sepse. Dessa forma, o diagnóstico precoce é fundamental para que o assistente possa descartar diagnósticos diferenciais importantes (ureterohidronefrose, apendicite) e dar início a terapia adequada, diminuindo a morbimortalidade do quadro.
Conclusões
É primordial que o radiologista sempre procure por sinais de trombose de veia gonadal nas AngioTCs realizadas no período puerperal, devendo também investigar a possibilidade de complicações, tromboses associadas e diagnósticos diferenciais.
Palavras Chave
Trombose de veia ovariana; Complicação puerperal; Angiotomografia computadorizada
Arquivos
Área
Cardiovascular
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - Rio Grande do Norte - Brasil
Autores
IGARA ARAUJO TAVARES, MARIANA DE OLIVEIRA COSTA, ANGELA RAFAELE BEZERRA DA SILVA MESQUITA, ROBERTO MORENO MENDONÇA