Dados do Trabalho


Título

Carcinoma de tireoide com nódulo hiperfuncionante à cintilografia: Um relato de caso

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

Relatar caso atípico de paciente com hormônio tireoestimulante (TSH) suprimido e nódulo tireoidiano hiperfuncionante, com características ecográficas suspeitas e resultado citopatológico compatível com malignidade.

História clínica

Paciente masculino, 51 anos, assintomático, buscou atendimento após exames de rotina revelarem TSH suprimido (0,19 microUI/ml). Foram solicitados cintilografia e ultrassonografia (US) da tireoide para complementação. A US revelou área isoecoica de alteração textural focal no terço superior/médio do lobo direito, de limites imprecisos, medindo cerca de 1,9 x 1,7 x 1,9 cm, com focos hiperecoicos puntiformes de permeio (ACR TI-RADS 4). A cintilografia evidenciou áreas nodulares hipercaptantes, sendo a de maior extensão localizada nos dois terços superiores do lobo direito. Diante desse quadro, apesar das alterações encontradas na cintilografia, optou-se por realizar uma punção aspirativa com agulha fina (PAAF) em razão dos achados identificados à ultrassonografia. O exame citopatológico foi sugestivo de carcinoma papilífero da tireoide (Bethesda VI), e o paciente foi encaminhado à equipe de cirurgia para realização de tireoidectomia, que confirmou o subtipo esclerosante difuso.

Discussão e diagnóstico

Como os nódulos tireoidianos hiperfuncionantes raramente são malignos, a PAAF pode não ser necessária, segundo as diretrizes atuais. Entretanto, mesmo se apresentando na cintilografia como nódulo quente, pode ser essencial a análise citopatológica, levando-se em consideração as características sugestivas de malignidade do nódulo à US. Essas características incluem hipoecogenicidade, contornos irregulares, altura maior que a largura e presença de microcalcificações. O carcinoma papilífero da tireoide com subtipo esclerosante difuso, diagnosticado no caso relatado, apresenta possibilidade de rápida progressão para gânglios linfáticos locais, mas responde de maneira curativa à cirurgia, sendo a taxa de sobrevida em dez anos, após a intervenção, estimada em aproximadamente 97%. Consequentemente, um diagnóstico precoce permite um tratamento adequado e potencialmente reduz a chance de metástases.

Conclusões

Mesmo na presença de TSH suprimido e de nódulos hiperfuncionantes à cintilografia, é válida a avaliação das características ultrassonográficas dos nódulos tireoidianos e, na presença de alterações suspeitas para malignidade, sugere-se a realização da PAAF, permitindo o diagnóstico assertivo dos raros cânceres que ocorrem nesse contexto.

Palavras Chave

nódulo tireoidiano; cintilografia

Arquivos

Área

Cabeça e Pescoço

Instituições

Hospital Felício Rocho - Minas Gerais - Brasil

Autores

MONIQUE GEORGES MONIQUE GEORGES LAMBRAKOS, HENRIQUE GUIMARÃES VASCONCELOS, ANA PAULA MORAIS CORREA MACHADO, MARINA PIMENTEL DE MATOS, NATÁLIA LAENDER LAIGNIER ROCHA, FABRÍCIO FERREIRA LIMA, RUDOLF MOREIRA PFEILSTICKER