Dados do Trabalho
Título
Tratamento das metástases hepáticas do melanoma ocular com Microesferas Itrio-90
Descrição sucinta do(s) objetivo(s)
Reportar caso de melanoma uveal metastático envolvendo difusamente o parênquima hepático, com excelente após radioembolização com microesferas-ítrio 90, usando metadologia do Body Surface Area (BSA) devido elevada carga tumoral.
História clínica
Feminina, 71 anos. Consulta ambulatorial com oftalmologista detectou lesão ocular. 01/12/2017 ultrassom identificou lesão hiperecogênica medindo 7,6 mm no quadrante nasal olho direito. 04/12/2017 realizou ressonância magnética (RM) das órbitas apresentando pequena área de espessamento focal da coroide, sugestivo de processo neoplásico primário (melanoma). Realizou braquiterapia em 12/2017. PET-CT de 29/01/2019: sem evidência de lesões.
Em 25/08/2022 paciente apresentou metástases hepáticas no PET-CT com discreto hipermetabolismo glicolítico.
De 4/10/2022 a 28/11/2022 foi tratada com ipilimumabe + nivolumabe 3 ciclos (complicado por hipofisite-G3) com progressão de doença.
30/10/2022 a 07/11/2022: SBRT para metas hepáticas (3 lesões).
07/12/2022: RM do abdômen revelando múltiplas lesões hepáticas envolvendo difusamente o fígado.
17/02/2023 pesquisa do shunt hepatopulmonar com 5,7%, elegível a radioembolização.
31/03/2023 tratamento com microesferas de resina marcadas com Ítrio-90, optado por tratamento bilobar com split de dose no lobo direito.
18/07/2023: RM do abdômen revelando redução morfodimensional das múltiplas lesões hipovasculares
Discussão e diagnóstico
Até 50% dos pacientes com melanoma uveal desenvolvem metástases hepáticas. As lesões geralmente são hipervasculares e dessa forma a radioembolização tem se mostrado um tratamento locorregional eficaz. As metodologias de cálculo mais utilizadas são do BSA e partição. Partição tem sido mais empregada devido as vantagens de individualização, especificidade de cálculo, administração de doses tumorecidas com maior atividade, e maior taxa de resposta em relação ao BSA. Desvantagem é a complexidade e a variação de cálculo das doses. A paciente tratada apresentava uma carga tumoral bastante sendo difícil calcular de forma acertiva a volumetria tumoral. Portanto optou-se pelo BSA devido a simplicidade, facilidade de uso e segurança, com excelente resposta terapêutica.
Conclusões
Radioembolização é uma terapia eficaz e segura para o tratamento das metástases hepáticas secundárias do melanoma ocular. Sempre que possível deve-se utilizar a metodologia da partição, porém em casos de elevada carga tumoral, quando não for possível realizar volumetria tumoral, o cálculo através do BSA pode ser utilizado com excelente ganho de taxa de resposta, preservando-se a segurança do procedimento
Palavras Chave
radioembolização hepática
Arquivos
Área
Medicina Nuclear
Instituições
Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
LETICIA RIGO, LETICIA RIGO, ANNE CAROLINE GOMES, ANNE CAROLINE GOMES, DAIAN DE BONA PESSOA, DAIAN DE BONA PESSOA, ROBERTA MORGADO FERREIRA ZUPPANI, ROBERTA MORGADO FERREIRA ZUPPANI, ALINE DANIELE CONTE, GLAUCIA ROSSATTO OKI, ALINE DANIELE CONTE, GLAUCIA ROSSATTO OKI, GRAZIELA CAMPOS OLIVEIRA, GRAZIELA CAMPOS OLIVEIRA