Dados do Trabalho


Título

Esplenose como diagnóstico diferencial de lesões pélvicas: um relato de caso

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

Este trabalho aborda os principais aspectos de imagem da esplenose abdominal e apresenta seus principais diagnósticos diferenciais, destacando-se a importância do diagnóstico desta entidade para que sejam evitados procedimentos invasivos desnecessários e com riscos de complicações.

História clínica

Paciente do sexo masculino de 57 anos, transplantado renal por nefropatia por IgA e em seguimento de pós-operatório tardio de prostatectomia radical devido a adenocarcinoma de próstata, apresentava múltiplas lesões sólidas homogêneas na escavação pélvica medindo até cerca de 3,0 cm em seus exames de controle (TC, USG e RM), simulando inicialmente a possibilidade de linfadenopatias relacionadas ao câncer de próstata previamente tratado. Não haviam outros sinais de acometimento secundário pela doença de base ou elevação de valores de PSA que sugerissem recidiva bioquímica.
O antecedente de esplenectomia e nefrectomia esquerda por trauma há cerca de 30 anos, bem como outros nódulos semelhantes em meio à gordura mesentérica e na loja esplênica, além das características de imagem intrínsecas às lesões nos exames realizados, contribuíram para o diagnóstico final de esplenose pélvica.

Discussão e diagnóstico

A esplenose é uma condição benigna relacionada à implantação heterotópica de tecido esplênico em outras partes do corpo, que se origina por rotura da cápsula esplênica, seja esta de procedência traumática ou pós-cirúrgica. A sua incidência na pelve é um achado raro em exames de imagem, podendo ser um diagnóstico diferencial importante para lesões neoplásicas (primárias ou secundárias) e linfadenopatias, sobretudo no contexto oncológico.
Outros diagnósticos diferenciais para as lesões pélvicas identificadas incluiam implantes peritoneais neoplásicos secundários, linfonodomegalias pélvicas (como em desordens linfoproliferativas) ou mesmo adenocarcinoma de próstata avançado.

Conclusões

A esplenose em topografia menos habitual, como na pelve, pode ser um desafio diagnóstico para o radiologista. A ressonância magnética, a cintilografia com hemácias marcadas com 99m-Tecnécio e a comparação com exames anteriores, aliados à história clínica, podem ser ferramentas úteis para o seu diagnóstico final, evitando-se assim condutas invasivas desnecessárias e com risco de complicações (sobretudo sangramentos).

Palavras Chave

Esplenose; Lesões pélvicas; Diagnóstico diferencial.

Arquivos

Área

Abdominal/Trato Geniturinário

Instituições

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo / Instituto de Radiologia (InRAD) - São Paulo - Brasil

Autores

FERNANDO MORBECK ALMEIDA COELHO, PAULO ESROM MOREIRA CATARINA, JOÃO VITOR DUTRA VIEIRA, THIAGO MENEZES BARAVIEIRA, VICTOR NUNES DE FIGUEIREDO CAVALCANTI