Dados do Trabalho


Título

Estudo prospectivo de radiografias suspeitas de maus-tratos infantil em hospital pediátrico: a importância do olhar do Radiologista.

Descrição sucinta do(s) objetivo(s)

Reavaliar os exames de radiografia do sistema musculoesquelético, coluna e crânio para caracterização de alterações radiográficas de fraturas associadas aos maus-tratos, bem como analisar a frequência de abertura de protocolo institucional para diagnóstico de maus-tratos e descrever o perfil clínico e epidemiológico das referidas crianças.

Material(is) e método(s)

Foram reavaliadas radiografias de crianças entre 0 e 24 meses atendidas no pronto-socorro do Hospital XXX e no ambulatório de Ortopedia da Fundação XXX, no período de agosto de 2021 a dezembro de 2021, por radiologistas. Foram selecionadas radiografias do sistema apendicular, incluindo braço, antebraço, perna, tornozelo e extremidades, como mãos e pés, além de coluna total e do crânio.

Resultados e discussão

Neste trabalho, de 133 pacientes analisados em um período de aproximadamente 5 meses, foram encontradas 21 crianças vítimas de abuso. Do total de protocolos abertos, 78,3% fizeram a suspeita de maus-tratos corretamente. Das 35 crianças com fraturas, 37,1% eram fraturas resultantes de agressão por abuso; e sob outra perspectiva, das 21 crianças vítimas de abuso, em 61,9% delas houve algum tipo de fratura resultante da agressão.
Neste estudo, as lesões mais comumente encontradas foram as fraturas de crânio. Dentre elas, o tipo fratura linear alinhada prevaleceu. Seguida do crânio, a região em que mais frequentemente foram encontradas fraturas foi o fêmur, sendo as fraturas incompletas diafisárias as mais comuns. Este achado foi semelhante ao perfil de fraturas apresentadas no estudo de Picini et al (2017), em que predominaram as fraturas de ossos longos (fêmur, tíbia e úmero), diafisárias e transversas.
O tempo médio de internação hospitalar destas crianças foi de 5 dias, com desfecho de alta com notificação da vara da infância em sua maioria, e com 1 caso de evasão hospitalar.

Conclusões

Tendo em vista o alto índice de casos de maus-tratos infantil nos municípios, a identificação e o diagnóstico de abuso se mostram, portanto, habilidades médicas de suma importância e que colocam em extremo destaque o papel do radiologista na detecção de padrões radiológicos de fraturas sugestivas. Assim, este estudo fornece importantes recursos de base para o trabalho do radiologista ao suspeitar e investigar casos de maus-tratos infantil.

Palavras Chave

MAUS-TRATOS; pediatria; RADIOLOGIA

Arquivos

Área

Pediatria

Instituições

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP - São Paulo - Brasil

Autores

GIOVANNA PIUBELLI FRIOLI, RAFAEL FERNANDES FERREIRA, MARIANA RODERO RIBEIRO CARDOSO, ANTÔNIO SOARES SOUZA, FERNANDA DEL CAMPO BRAOJOS BRAGA