Dados do Trabalho
Título
Tumor de células gigantes na mandíbula: um relato de caso
Descrição sucinta do(s) objetivo(s)
Demonstrar um caso raro de tumor mandibular, apresentando os achados clínicos, imagens tomográficas pré e pós-operatórias, análise histológica, imunohistoquímica e discutir os diagnósticos diferenciais.
História clínica
S.K, feminino, 35 anos, procurou atendimento com queixa de
abaulamento mandibular há 1 ano, associado dor ao se alimentar e amolecimento
dentário. O exame de imagem evidenciou lesão expansiva no corpo mandibular
direito, multiloculada, heterogênea e erosão da cortical externa. A biópsia e a
imunohistoquímica evidenciaram tumor ósseo de células gigantes. Realizou
hemimandibulectomia à direita e reconstrução microcirúrgica com retalho ósseo.
Houve complicações da cirurgia sendo necessário novas abordagens. Atualmente
acompanha no ambulatório, sem queixas.
Discussão e diagnóstico
Os tumores ósseos de células gigantes são um grupo de neoplasias
benignas localmente agressivas, de comportamento expansivo e destrutivo.
Representam 5% dos tumores ósseos primários. Habitualmente, acometem nos ossos
longos. O comprometimento da região craniofacial é incomum, correspondendo a
cerca de 2-7% dos casos. Nesta localização, os ossos mais acometidos são a
mandíbula e a maxila.
Apresentam as variantes granulomas centrais de células gigantes
(GCCG), mais incidente em mulheres (73%) entre a segunda e
terceira década de vida, e tumores marrons do hiperparatireoidismo.
A patogênese tumoral é incerta, mas há associação com relatos de
trauma local.
É assintomático na maioria dos casos (70%), sendo a queixa mais
comum o abaulamento indolor facial.
O objetivo dos exames de imagem é avaliar as características da
lesão, que variam desde pequenas lesões uniloculares de crescimento lento até
extensas lesões multiloculares, com halo radiopaco cortical, de crescimento
rápido, com tendência a ultrapassar a linha média da mandíbula. Deslocamento
dentário, a reabsorção de raízes dentárias e a expansão das corticais ósseas
são outros achados usuais.
O tratamento é cirúrgico. A taxa de recorrência em 3 anos é de
25% e 10% dos casos podem dar metástase, notadamente para o pulmão.
Os diagnósticos diferenciais são: ameloblastoma, cistos
dentígeros, queratocistos odontogênicos e hemangiomas ósseos atípicos.
Conclusões
A importância deste relato é ampliar o conhecimento do
radiologista a respeito dos diagnósticos diferenciais dos tumores mandibulares,
colaborando no adequado, tendo em vista que a ressecção tumoral poderá levar a
cura, além de controle devido a possibilidade de recidiva e metástase.
Palavras Chave
tumor de células gigantes; cabeça e pescoço; mandíbula
Arquivos
Área
Cabeça e Pescoço
Instituições
Pontificia universidade católica campinas - São Paulo - Brasil
Autores
BIANCA FROTA, MATHEUS OLIVEIRA CARLOTA, FREDERICO CAIXETA MACEDO, MARCOS MARINS, GIULIA SOARES GONCALVES, BARBARA PEÑA PFLUCK