Dados do Trabalho
Título
Agenesia e hipoplasia da artéria carótida interna: do achado incidental às repercussões cerebrovasculares
Introdução e objetivo(s)
A agenesia e hipoplasia da artéria carótida interna (ACI) é muito rara (acomete menos de 0,01% da população) e ocorre devido a insulto durante o seu desenvolvimento embrionário com formação de vias colaterais para compensar o fluxo. Em geral é assintomática e um achado incidental no estudo de imagem, mas pode ocorrer graves repercussões cerebrovasculares. O diagnóstico depende principalmente da morfologia da ACI e dos tipos de vias colaterais, sendo o canal carotídeo ausente ou hipoplásico uma chave diagnóstica, e forame vertebral e/ou canal carotídeo contralateral aumentado com hipertrofia do sistema vertebrobasilar e/ou do território carotídeo contralateral evidências indiretas. Neste estudo serão relatados casos didáticos de agenesia e hipoplasia da artéria carótida interna que por vezes acarretam em desfechos adversos.
Método(s)
Os casos serão ilustrados por meio de imagens de tomografia e ressonância magnética do nosso arquivo didático.
Discussão
Acredita-se que a associação com outras patologias vasculares, como aneurismas, se dá por aumento do estresse hemodinâmico atuando continuamente em colaterais, ocasionando vasos sanguíneos ectasiados e alongados, e outra forma para compensar a falta da ACI seria a formação de uma rede de vasos sanguíneos, chamada de rete mirabile, uma resposta vascular causada pelo insulto no desenvolvimento embrionário. Aneurismas intracranianos podem surgir em um acompanhamento posterior. Na literatura, assim como em um dos nossos casos, foram relatadas alterações na perfusão, como mean transit time (MTT) e time to peak (TTP) prolongados. Apesar do insulto hemodinâmico ser evidente e aumentar o risco de evento cerebrovascular, são raros os casos relatados, sugerindo que a compensação colateral geralmente é suficiente para manter a perfusão intracraniana.
Conclusões
A estrutura anormal dos vasos sanguíneos na agenesia e hipoplasia da ACI dificulta o tratamento das complicações vasculares e medidas eficazes para o tratamento são limitadas. Portanto, recomenda-se o controle dos fatores de risco e o acompanhamento regular por estudos de imagem.
Palavras Chave
agenesia; hipoplasia; CARÓTIDAS
Arquivos
Área
Neurorradiologia
Instituições
Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil
Autores
NICOLE GEORGES LAMBRAKOS, ROGERIO IQUIZLI, TATIANA LARISSA MEDEIROS ARCANJO, BRENO ASSUNCAO MATOS