Dados do Trabalho
Título
Além da Cicatriz: Um Guia para Radiologistas na Avaliação Pós-Operatória da Endometriose
Introdução e objetivo(s)
A endometriose afeta aproximadamente 176 milhões de mulheres no mundo, com uma prevalência de uma em cada dez mulheres durante o período reprodutivo. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. As principais indicações cirúrgicas incluem falha clínica, lesões no apêndice, lesões no intestino delgado, envolvimento intrínseco do ureter e retossigmoide (superior a 50% da circunferência). Os objetivos da cirurgia incluem a remoção total de todas as lesões e a restauração da anatomia pélvica normal. A avaliação pós-operatória é o novo desafio dos estudos de imagem, à medida que o número de cirurgias para tratar a endometriose aumentou enormemente. O objetivo deste ensaio pictórico é revisar os principais achados pós-operatórios após a cirurgia para endometriose profunda, bem como diferenciar doença residual ou recorrente de cicatriz fibrótica através de casos didáticos com imagens pré e pós-cirúrgicas, incluindo ultrassonografia (US) pélvica e ressonância magnética (RM).
Método(s)
Realizada revisão da literatura e análise de casos após tratamento cirúrgico de endometriose do nosso serviço, com exames de imagem como ultrassonografia pélvica e ressonância magnética.
Discussão
A endometriose é uma doença benigna, inflamatória, estrógeno-dependente, caracterizada pela presença de glândulas endometriais e estroma fora do útero, causando reação inflamatória e fibrose. Tem alta prevalência e os sintomas podem ser debilitantes, incluindo dismenorreia, dispareunia, dor crônica e infertilidade. A endometriose pélvica pode ser classificada em peritoneal, ovariana e profunda. A endometriose profunda é definida como uma invasão subperitoneal por lesões endometrióticas maiores que 5.0 mm em profundidade. O tratamento é individualizado para cada paciente e tem como objetivo o alívio da dor pélvica e a manutenção da fertilidade em casos em que a paciente tem desejo reprodutivo. A avaliação pós-operatória apresenta um novo desafio para os radiologistas, pois engloba descobertas que dependem da técnica cirúrgica que foi utilizada.
Conclusões
O médico radiologista deve ser capaz de avaliar os exames pós-operatórios de endometriose, sendo importante obter o acesso aos exames pré-operatórios, bem como à técnica cirúrgica utilizada. Também deve estar familiarizado com achados comuns em exames de imagem, possíveis complicações pós-operatórias e as principais diferenças entre doença residual e cicatriz fibrótica.
Palavras Chave
Endometriose; pós-operatório; Ressonância magnética
Arquivos
Área
Imagem da Mulher
Instituições
Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
SOFIA BEZERRA MAKSOUD, GIOVANNA ANDREANI, MARCELA CAETANO VILELA LAUAR, MATEUS KLEINSORGEN BERNARDO SOARES, CAROLINA TRAVASSOS FUSCO, CINTHIA CALLEGARI BARBISAN