Dados do Trabalho


Título

Endoleak após reparo endovascular de aneurisma de aorta (EVAR): o que o radiologista precisa saber

Introdução e objetivo(s)

Aneurismas são dilatações arteriais anormais com tendência à expansão e ruptura, geralmente definidos como aumento do diâmetro do vaso superior a 50% do esperado. Nos aneurismas da aorta abdominal (AAA), a intervenção cirúrgica é indicada em diâmetros superiores a 5,0 cm ou em crescimentos maiores que 0,5 cm em 6 meses. EVAR pode ser uma opção segura e viável em casos selecionados de AAA, sendo uma das possíveis complicações desse procedimento a ocorrência de endoleak, que consiste no extravasamento de sangue para o saco aneurismático que deveria estar excluso. O diagnóstico precoce dessa condição e a descrição de suas repercussões são informações de extrema importância clínica e serão pormenorizadas nesta apresentação.

Método(s)

Foram selecionados, no sistema de armazenamento de imagens digitais da instituição, exames de angiotomografia computadorizada (angioTC) de pacientes com clínica e achados imagenológicos compatíveis com endoleak após EVAR, em correlação com uma ampla revisão da literatura (Pubmed).

Discussão

Endoleaks ocorrem em até 26% dos pacientes após reparos endovasculares de AAA, podendo causar expansão e ruptura do saco aneurismático, com elevação da morbimortalidade. A angioTC é o exame de escolha (sensibilidade de 83% e especificidade de 100%) para tal diagnóstico, sempre em correlação com dados clínicos.Cinco tipos de endoleak são descritos: tipo I consiste num defeito de acoplamento, divido em Ia (proximal), Ib (distal) e Ic (oclusor ilíaco); tipo II é o mais comum e existe quando há fluxo retrogrado, seja de uma (IIa) ou mais (IIb) artérias, geralmente mesentéricas ou lombares; tipo III ocorre quando há defeito da endoprótese, seja separação dos seus componentes (IIIa) ou ruptura (IIIb); tipo IV costuma ser autolimitado e devido porosidade da parede da endoprótese, ocorrendo na vigência de anticoagulação; tipo V quando há expansão do saco aneurismático sem evidência radiológica do extravasamento, por provável endotensão. Os tipos I e III são classificados como de “alto fluxo” e costumam requerer intervenção imediata.

Conclusões

Endoleak é uma complicação possível após EVAR com aumento da morbimortalidade quando não diagnosticado precocemente. Radiologistas devem estar cientes dos achados de imagem dessa condição e de suas complicações.

Palavras Chave

Aneurisma de aorta abdominal; tratamento endovascular; endoleak

Arquivos

Área

Cardiovascular

Instituições

Hospital Sírio-Libanês - São Paulo - Brasil

Autores

DANIEL LINHARES CARDOSO, RODDIE MORAES NETO, JOSÉ DE ARIMATÉIA BATISTA ARAÚJO FILHO, THIAGO DIEB RISTUM VIEIRA