Dados do Trabalho


Título

CONTRIBUIÇÃO DA ULTRASSONOGRAFIA CONTRASTADA NA DISTINÇÃO DOS NÓDULOS TIREOIDIANOS MALIGNOS E BENIGNOS COMPARADOS COM ANÁLISE HISTOLÓGICA

Resumo

Analisar o valor diagnóstico da ultrassonografia com contraste (CEUS) ao avaliar características qualitativas de imagem na diferenciação entre nódulos tireoidianos benignos e malignos, em comparação com o diagnóstico histológico, e verificar se o CEUS complementa a classificação ACR-TIRADS.
Entre 08/2022 e 07/2023, 68 pacientes com nódulos tireoidianos encaminhados para tratamento cirúrgico foram avaliados, com o diagnóstico final confirmado por anatomopatológico. Os critérios de exclusão foram idade inferior a dezoito anos e contraindicação ao CEUS (SonoVue-Bracco). Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética.
Ultrassonografia Modo-B: Cada paciente teve até dois nódulos avaliados de acordo com a ACR-TIRADS.
CEUS: 2,4 mL de SonoVue foi injetado para avaliação de cada nódulo por 3 minutos. Características qualitativas foram analisadas na fase arterial (até 60 segundos), incluindo:
-margem (se era bem definida ou não),
-área de realce (0-25%, 25-50%, 50-75% ou 75-100% na porção sólida da área total do nódulo),
-grau de realce (maior, menor ou igual ao parênquima tireoidiano),
-tempo de chegada do contraste (antes, depois ou ao mesmo tempo que o parênquima tireoidiano)
-tipo de realce (homogêneo, heterogêneo, realce em halo ou sem realce).
-lavagem do contraste (wash-out) também foi avaliada (antes, junto ou após o parênquima tireoidiano).
Todos os padrões qualitativos foram ajustados para a classificação ACR-TIRADS.
Um total de 96 nódulos foram examinados, dos quais 44 (45%) eram malignos. O CEUS foi capaz de diferenciar entre nódulos tireoidianos benignos e malignos com base em seis características estatisticamente significativas. Nódulos benignos apresentaram um padrão de realce em halo, enquanto nódulos malignos apresentaram margens indefinidas e irregulares, realce menor que o parênquima adjacente, chegada do contraste no nódulo antes do parênquima tireoidiano e lavagem mais rápida do que o parênquima tireoidiano. Após o ajuste para a classificação ACR-TIRADS, essas características permaneceram estatisticamente significativas com exceção das margens indefinidas e irregulares.
Os resultados destacam o potencial do CEUS para aprimorar a precisão diagnóstica na avaliação dos nódulos tireoidianos na ultrassonografia. Após ajustes para o ACR-TIRADS, algumas das informações qualitativas fornecidas pelo CEUS permaneceram significativas, oferecendo perspectivas adicionais na distinção entre nódulos benignos e malignos e, assim, aprimorando a triagem de nódulos tireoidianos.

Palavras Chave

tireoide; Ultrassonografia; ceus

Área

Cabeça e Pescoço

Instituições

Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

ALESSANDRA PINHO PIMENTA BORGES, RAFAEL HOLANDA GONZALEZ, KIM SOARES MARINHO, FELIPE AUGUSTO BRASILEIRO VANDERLEI, MARIA CRISTINA CHAMMAS