Dados do Trabalho

Título

ACABOU O REPELENTE! O PAPEL DO RADIOLOGISTA NO CONTEXTO DE EPIDEMIA DE DENGUE – UM ENSAIO PICTORIAL

Introdução e objetivo(s)

A dengue é um problema de saúde global, tendo um aumento expressivo da sua incidência nas últimas duas décadas, afetando milhões de pessoas, particularmente nas regiões tropicais e subtropicais. Ela é uma arbovirose, causada pelo vírus da dengue (DENV), pertencente a família dos flavivírus e possuindo vários tipos. Sua transmissão é realizada principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, que utiliza principalmente depósitos de águas limpas para a deposição dos seus ovos, ocorrendo principalmente em locais com condições de saneamento básico precárias.
A partir da sua infecção, a dengue apresenta um amplo espectro de manifestações clínicas, desde quadro assintomático a choque hipovolêmico, demonstrando a importância da detecção precoce dos seus sinais de gravidade, inclusive por não apresentar tratamento específico, apenas medidas de suporte clínico. Este ano o Brasil realiza a sua campanha de vacinação pela primeira vez, em meio à epidemia que assola muitos estados.
Os achados radiológicos abdominais desempenham um papel crucial no diagnóstico e monitoramento da doença, fornecendo informações valiosas sobre a progressão e as complicações associadas à infecção. Porém alguns destes achados podem atuar como fator confundidor, dependendo da experiência do radiologista. Um exemplo desta situação é o espessamento parietal difuso da vesícula biliar, por vezes tratado como colecistite alitiásica.
Este estudo tem como objetivo demonstrar os principais achados radiológicos abdominais relacionados à dengue e instrumentar os radiologistas na sua detecção precoce.

Método(s)

Ensaio pictorial com imagens de banco de dados multi-institucional de tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultrassonografia de pacientes com diagnóstico confirmado de dengue.

Discussão

O principal mecanismo fisiopatológico da dengue grave é o aumento da permeabilidade vascular, resultando na polisserosite. Este quadro é responsável pelos seguintes achados encontrados nos nossos pacientes: espessamento parietal difuso da vesícula biliar, derrame pleural, derrame pericárdico, pancreatite, ascite e hepatomegalia. Hemorragias abdominais espontâneas, sobretudo retroperitonais, também podem ocorrer nos pacientes com plaquetopenia grave.

Conclusões

Os radiologistas possuem um papel importante na avaliação diagnóstica, e na detecção de achados comuns e incomuns na dengue, sinalizando precocemente, sobretudo no contexto de urgência, achados críticos.

Palavras Chave

RADIOLOGIA; DENGUE; abdomen

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